Em um ambiente adaptado e motivador, a terapia de integração sensorial ajuda a organizar as sensações do próprio corpo (Imagem: www.adu.edu) |
A terapia de Integração Sensorial foi desenvolvida pela terapeuta ocupacional A. Jean Ayres durante a década de 1970 na Califórnia, EUA. Ela estudou o comportamento de crianças com dificuldades de aprendizagem que apresentavam alguns sintomas frequentes como déficit de atenção, desordens no planejamento motor e na modulação de informações sensoriais, entre outros.
A criança com disfunção Integrativa Sensorial (DIS) tem dificuldade em se adaptar de forma eficiente e satisfatória a um ambiente normal, porque seu cérebro não desenvolveu os processos necessários para integrar as sensações daquele ambiente. Por isso, ela necessita de um ambiente que seja estabelecido sob medida para o seu sistema nervoso, que lhe ajudará a integrar sensações até então nunca integradas, permitindo assim a reorganização cerebral.
O princípio central da terapia é fornecer e controlar a entrada de estímulos sensoriais, especialmente o estímulo do sistema vestibular, das articulações, músculos e pele de tal forma que a criança espontaneamente forme as respostas adaptativas que integram todas as sensações.
Na Sala de Integração Sensorial o terapeuta faz uso de recursos como bolas, rolos, colchões, colchonetes, tapetes e materiais texturizados; materiais coloridos e sonoros, bem como e equipamentos suspensos como balanço e rede, entre outros.
Ayres (1988) define a Integração Sensorial como “um processo neurológico que organiza as sensações do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do corpo e do meio em que se vive”.
Nestes últimos anos o GRHAU tem inovado sua metodologia e introduziu a terapia de integração sensorial como coadjuvante no trabalho de prevenção e tratamento de crianças com atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor, dificuldades escolares e/ou comportamentais.
Com base em uma avaliação feita pelo terapeuta ocupacional, é elaborado um programa com o objetivo de ajudar a criança a reorganizar as formas de receber, processar e integrar as informações do seu corpo e do meio para transformá-las em ações funcionais, conhecendo mais de si mesmas e das suas possibilidades de interagir e aprender.
Atividades lúdicas fazem parte do tratamento (imagem: www.cortfoundation.org) |
A abordagem tem como objetivo promover a integração das sensações, principalmente dos sistemas tátil, vestibular e proprioceptivo. Tudo isso é trabalhado por meio de brincadeiras e atividades lúdicas com a participação ativa da criança, aumentando assim a habilidade de processamento das informações e respostas apropriadas aos estímulos.
A terapia ocorre em um ambiente aconchegante, organizado, motivador, alegre, rico em materiais e equipamentos (suspensos e de solo), promovendo uma oferta sensorial adequada às possibilidades e necessidades da criança.
A organização sensorial propicia o desenvolvimento do esquema corporal, maturação dos reflexos, segurança postural, consciência dos dois lados do corpo e planejamento motor.
Comportamentos que, quando associados, indicam a necessidade de uma avaliação de Integração Sensorial:
- Atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor, dificuldade na coordenação motora global e/ou fina, podendo ter alteração de tônus muscular.
- Cair, esbarrar ou derrubar objetos com frequência.
- Comportamento hiperativo ou, ao contrário, hipoativo.
- Reações exageradas ao toque, a certos tipos de roupas, alimentos, a alterações no ambiente, medo de altura e/ou movimento, entre outros.
- Dificuldade em manter atenção, sentar para fazer a lição e/ou atraso na aprendizagem da leitura e escrita.
- Dificuldade na realização das atividades de autocuidado.
Muito interessante essa terapia. Tem sido usada também por alguns terapeutas americanos para trabalhar sutuaçoes traumáticas com a tecnica da Experiência Somática (SE).