Microcefalia
O que é Microcefalia
A microcefalia é caracterizada pela condição neurológica em que a criança apresenta o perímetro cefálico menor do que a média esperada para o sexo e a idade gestacional.
Causas da Microcefalia
A microcefalia ficou bem conhecida após o surto de Zica vírus, porém, sua etiologia é complexa e multifatorial. Além de infecções congênitas como no caso de Zica vírus, citomegalovírus, toxoplasmose, sífilis; a microcefalia pode estar relacionada à síndromes metabólicas ou genéticas, desnutrição materna, uso de fármacos e drogas durante a gestação.
Estas alterações ocorrem principalmente nos primeiros quatro meses de gestação que pode interferir no desenvolvimento do encéfalo.
Mas, pode ocorrer também, de o bebê nascer com o perímetro cefálico normal e sofrer algum dano que atrapalhe o crescimento posterior como na cranioestenose em que há a fusão prematura de uma das suturas cranianas.
Como o tamanho da cabeça está diretamente ligado ao tamanho do cérebro, as crianças com microcefalia podem apresentar alguns sintomas dependendo do grau de subdesenvolvimento do cérebro como convulsões, alterações no desenvolvimento motor e cognitivo, dificuldades com a fala ou alimentação, além de desajustes na visão e audição.
Cada criança com microcefalia pode apresentar comprometimentos diferentes, dependendo da área e da extensão que foi atingida no cérebro, sendo impossível a comparação de uma criança com outra.
Diagnóstico da Microcefalia
O diagnóstico da microcefalia é realizado por meio do ultrassom durante a gestação ou após o nascimento com a medida do perímetro cefálico realizada nos exames de rotina.
O médico pode pedir uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética para procurar alterações no cérebro, caso identifique que a circunferência da cabeça está significativamente menor.
Tratamentos para Microcefalia
A microcefalia não tem cura e ainda não existe um tratamento para o crânio voltar a crescer. Por isso, os tratamentos visam maximizar as atividades funcionais das crianças e torná-las cada vez mais independentes dentro de suas próprias limitações.
Desta forma, as crianças devem começar a intervenção precoce, logo após o nascimento, a fim de aprimorar suas capacidades físicas e intelectuais. Os profissionais que auxiliam e são de extrema importância neste momento para a criança são os fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, dentre outros.
Durante as sessões de tratamento, os profissionais irão passar orientações de posicionamento, de transferências e de exercícios que podem ser realizados pela família em casa associados às brincadeiras, para as crianças conseguirem uma interação e uma motivação para o desenvolvimento da função. Esta comunicação entre a família e a terapeuta é que irá dar continuidade e desenvolvimento para a criança. Com esta parceria, família e terapia a criança irá evoluir cada vez mais sempre tendo como objetivo a sua autonomia.
Existem alguns conceitos e métodos que podem ser considerados como diferenciados no tratamento das crianças com microcefalia que incluem o conceito neuroevolutivo Bobath e o método Therasuit. Nestes dois casos, o tratamento tem como intuito à plasticidade cerebral em que áreas não lesadas aprendem a exercer a função das áreas danificadas.
Em ambos os casos o tratamento é baseado em evidências científicas que demonstram que as repetições de movimentos adequados podem melhorar a força muscular e levar ao aprendizado de novas habilidades motoras.
Therasuit na Microcefalia
No tratamento com o método Therasuit, os avanços podem ser ainda mais acelerados com o emprego dos intensivos em que a criança trabalha de forma intensiva durante um mês realizando alongamento, fortalecimento, exercícios específicos e treino da função.
É extremamente importante lembrar que quanto mais precoce a intervenção fisioterapêutica, melhor o prognóstico das crianças.