Prematuridade

Prematuridade

Foto de um bebê prematuro deitado com a mão esquerda na boca

A Prematuridade é definida como nascimento antes do tempo previsto.

Segundo a OMS, o bebê prematuro é aquele que nasce antes das 37 semanas de gestação completa, ou seja, antes do tempo previsto. Existe uma classificação de acordo com a idade gestacional, sendo ela: os prematuros extremos são os nascidos antes das 28 semanas de gestação, os intermediários entre 28 e 34 semanas, são eles a maior parte dos prematuros.

Causas da Prematuridade

A Prematuridade pode o ocorrer por vários fatores que podem ser biológicos e ambientais.

Os fatores de risco biológico estão associados aos eventos pré, peri e pós natal, inúmeras são as causas que levam um bebê a nascer prematuro, especialmente as relacionadas ao aparelho genital feminino, alterações placentárias (placenta prévia e descolamento prematuro) e excesso de líquido amniótico.

As crianças de risco biológico são denominadas de alto risco pela possibilidade de apresentarem transtornos no seu desenvolvimento neurológico. Outros fatores incluem: a idade materna (maior incidência em mães mais jovens), infecções maternas, primiparidade (mais frequente no primeiro filho). Porém, na maioria dos casos, a causa é desconhecida.

Nem todo bebê prematuro vai precisar de cuidados especiais dependendo do grau de prematuridade.

Diagnóstico da Prematuridade

A imaturidade neonatal pode ser a causa de desordens motoras, de aprendizagem, auditivas e visuais, que podem comprometer o desenvolvimento de forma global.

O bebê de alto risco deve ser acompanhado periodicamente por uma equipe multidisciplinar e caso apresente atraso ou alterações na realização dos movimentos será direcionado a um programa individualizado para que seu potencial máximo seja alcançado. Lembrando que nem todo atraso motor é um transtorno do desenvolvimento.

Na primeira infância a plasticidade neural é um fator que permite muitas mudanças, através de novas conexões, portanto é de extrema importancia a estimulação adequada, atendendo as necessidades individuais. Contudo, o bebê será monitorado mais de perto, e sempre que necessário será encaminhado para outros profissionais. Porque a primeira infância é um momento muito importante para o desenvolvimento do bebê.

Existem escalas de avaliação que apresentam alto valor preditivo e são apontadas como padrão ouro a nível internacional para o diagnóstico precoce. Em conjunto com pediatra e neurologista o diagnóstico precoce possibilita maior atenção para aquela criança em questão, trazendo para a família a importância do acompanhamento regular, aceitação e empoderamento, construindo assim uma relação de confiança entre a família e a equipe, além de promover acesso mais rápido e direcionado a intervenção precoce e recursos facilitadores para o desenvolvimento.

Os primeiros anos de vida são essenciais para o desenvolvimento da criança, suas habilidades motoras, cognitivas e sensoriais. Neste período, cerca de 90% das conexões sinápticas são formadas, o que favorece o desempenho funcional ao longo da vida.

Estimulação Precoce na Prematuridade

A Intervenção Precoce consiste em um conjunto de atuações multidisciplinares para crianças vulneráveis ao comprometimento de seu desenvolvimento, cognitivo, motor, psicossocial ou adaptativo, desde o nascimento até os 3 anos ou 5 anos de idade. É um instrumento importante de prevenção de possíveis atrasos ou defasagens. A intervenção deve acontecer o mais cedo possível.

Tratamentos para Bebês Prematuros

O tratamento deve ser multidisciplinar, como dissemos acima. Composta por médicos, pediatra, neurologista, ortopedista, nutrólogo, pneumologista, oftalmologista e os especialistas que se tronem necessários de acordo com os comprometimentos, por terapeutas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, ortoptista, nutricionistas, entre outros.

Terapias para Bebês Prematuros

As terapias devem estar alinhadas no modelo de “abordagem centrada na familia”, onde os pais ou cuidadores são os principais colaboradores no processo de aprendizagem global de seus filhos. Portanto, o terapeuta oferecerá suporte no papel a familia e tomada de decisões, sempre ouvindo demandas diárias da familia perante a criança, ele será um facilitador no processo de desenvolvimento.

Ao reconhecer que a familia é o centro de cuidado dessa criança é importante inseri-la de forma ativa na rotina de atividades, de modo que todos os cuidadores estejam engajados nesse cuidado. A participação da família e da criança deve ser colocada como um fator de grande atenção. É necessária uma escuta ativa para que todos envolvidos estejam com objetivos em comum para atender as necessidades da criança.

A fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional devem seguir o mesmo método de tratamento para que possam trabalhar juntas.

No Brasil existem alguns métodos de tratamento, nós, no Grhau, trabalhamos dentro dos princípios neuro funcionais, baseados no desenvolvimento neuro sensório motor normal. A base, desse trabalho é o Método Bobath.

Com os bebês prematuros, avaliamos o atraso motor, os deficilts sensoriais para sabermos se é apenas atraso ou se já apresenta sinais de lesão neurológica.

Quando estamos tratando de apenas atraso no desenvolvimento o papel dos terapeutas é estimular o desenvolvimento normal.

Quando estamos tratando de uma criança com suspeita de lesão neurológica, a intervenção é mais intensa e baseia-se em estimular o desenvolvimento, evitar deformidades e posições inadequadas, orientar manuseios corretos, estimulação sensorial adequada, posturas, alimentação, entre outras orientações específicas que se tornem necessárias.

Conforme a criança cresce, muitas vezes não necessitam de acompanhamento terapêutico. Outras, entretanto, necessitam e muito por já estarem com um quadro de lesão cerebral instalado.

Nesses casos, a fisioterapia pode ser incrementada com recursos do método Therasuit, que trarão grandes benefícios.

Lembrando sempre que diagnóstico não é prognóstico, temos que aproveitar a primeira infância para melhorar todo o quadro sensório motor de nossos prematuros.

Referência Bibliográfica:

Fisioterapia em Pediatria – Da Evidência a Prática Clínica

Ana Cristina Resende Camargo

Hércules Ribeiro Leite

Rosane Luiza Moraes

Vanessa Pereira Lima

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