Pessoas portadoras de deficiência física, com lesão desde o nascimento ou adquirida posteriormente, apresentam certas características que as levam a modificar suas atividades diárias. Entre essas características destacam-se:
a) Alterações motoras, ou seja, mudança na força muscular, na flexibilidade e na própria marcha;
b) Alteração da sensibilidade, na qual há, por exemplo, perda da precisão do movimento, ou ainda, a não percepção da localização exata de um membro;
c) Aumento de quedas por alteração de equilíbrio;
d) Perda da funcionabilidade dos movimentos, sendo que estes não fluem harmoniosamente.
Essas pessoas tentam compensar estas alterações realizando as atividades da melhor forma que podem. Entretanto, muitas vezes, com o alto gasto energético, usando mais força e maior número de músculos que a atividade realmente exige. Há um desequilíbrio muscular que pode levar a um desequilíbrio postural. Isto gera um cansaço precoce, dificuldade na realização da tarefa, frustração e medo.
O Pilates na reabilitação neurológica oferece ao paciente uma adequação deste quadro; ensina como movimentar melhor os membros através de exercícios que, inicialmente, tem o objetivo de fortalecer o “centro ou cinturão”: este está localizado no centro do tronco, basicamente na região lombar. O método Pilates prega que este centro tende a proteger a coluna que suporta cerca de 75 % do peso corporal. Portanto, com este centro forte, as pernas se tornam mais “leves” e os braços mais “soltos”. Consequentemente o esforço necessário para movê-los será bem menor.
Todos os exercícios exigem muita concentração; são associados à respiração, com poucas repetições, são lentos e não levam à fadiga. Os movimentos involuntários que aparecem com o aumento da dificuldade da tarefa podem diminuir, pois através do método Pilates é solicitada a contração apenas do músculo necessário, os demais permanecendo relaxados.
O tratamento é todo adaptado para deficiência neurológica e os resultados podem ser sentidos e observados em poucas sessões.
Martha Cecily B. Chaim