Dia 2 de abril é comemorado como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, uma síndrome que atinge quase 2 milhões de brasileiros. Estima-se que em todo o mundo existam mais de 70 milhões de pessoas com autismo. Em crianças, esta síndrome é mais comum que o câncer, a AIDS e o diabetes.
O Autismo Infantil foi descrito em 1943 pelo médico por Kanner, que identificou crianças que apresentavam prejuízos nas áreas da comunicação, do comportamento e da interação social. Ele percebeu que se tratava de uma condição única e não pertencente ao grupo das crianças com Deficiência Mental. O nome Autismo chama atenção para o prejuízo severo na interação social, muito evidente desde o início da vida desses pacientes.
No ano seguinte, outro médico austríaco, Asperger, descreveu crianças semelhantes às descritas por seu colega, mas que pareciam mais inteligentes e sem atraso significativo no desenvolvimento da linguagem. Esse quadro foi então denominado de Síndrome de Asperger.
Recentemente, chegou-se ao termo Transtorno do Espectro Autista (TEA), que engloba o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.
Estatísticas recentes realizadas em várias partes do mundo apontam uma incidência dos TGD de 1 a cada 160 indivíduos. Um número muito superior aos citados em décadas anteriores e que suscitou a hipótese de que estaríamos vivendo uma epidemia de autismo. De acordo com o neuropediatra José Salomão Schwartzman, professor titular do programa de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a mais provável explicação para este aumento no número de pessoas identificadas é o maior reconhecimento dessa condição e a maior abrangência do conceito dos TGD.
Os TGD também afetam mais os meninos, na proporção de 4 meninos para 1 menina. O que se sabe atualmente é que a causa dos quadros dos TGD é multifatorial, dependendo de fatores genéticos e ambientais.
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Uma forma diferente de ver o mundo
O autismo faz com que essas pessoas sintam o mundo de forma diferente da maioria das outras pessoas. É difícil para as pessoas com autismo falar com outras pessoas e se expressar com palavras. Pessoas com autismo geralmente guardam seus sentimentos para si mesmas, e muitas não podem se comunicar plenamente sem ajuda especial.
Elas também podem reagir ao que está acontecendo ao seu redor de forma inusitada. Ruídos normais podem realmente incomodar alguém com autismo – tanto que, muitas vezes, a pessoa cobre seus ouvidos. Pessoas com autismo, frequentemente, não conseguem fazer amizade tão facilmente como as outras pessoas. Mas elas precisam de amigos tanto quanto você.
O autismo faz com que as pessoas se comportem de modo incomum. Eles podem balançar as mãos, repetir algumas palavras várias vezes, ter crises de birra, ou brincar apenas com um determinado brinquedo. A maioria das pessoas autistas não gosta de mudanças nas rotinas. Eles gostam de fazer as coisas sempre da mesma maneira. Eles também podem insistir que os seus brinquedos ou outros objetos sejam arrumados de uma determinada maneira e ficar chateados se são mudados de lugar.
Algumas pessoas autistas são pouco afetadas pelo autismo, e isso faz com que elas só tenham um pouco de dificuldade na vida, outras podem ser muito afetadas, de modo que elas precisam de muita ajuda no dia-a-dia.
Como falar sobre o autismo para as crianças
Quando dizemos que uma pessoa tem autismo é porque o cérebro dela funciona de forma diferente. Esta pessoa pode em alguns momentos sentir e pensar de uma forma diferente da nossa.
Mas a pessoa com autismo pode gostar das mesmas coisas que nós, como ir à praia, correr, pular e ter amigos. A pessoa com autismo pode ter alguns comportamentos que nós não entendemos, mas ela só está procurando entender o mundo à volta dela de uma maneira diferente da nossa. Algumas pessoas com autismo não conseguem falar, ou têm uma grande dificuldade para expressar o que estão sentindo ou precisando, por isso, elas podem se sentir frustradas e parecer que estão bravas.
As pessoas com autismo precisam muito da nossa ajuda e compreensão para poder aprender sobre nós e nós sobre elas, assim poderemos ser todos amigos e descobrir pontos de vistas que jamais imaginaríamos.
Você pode ser amigo de uma pessoa com autismo! A pessoa com autismo nasce assim, é uma pessoa que vê e sente as coisas de maneira diferente desde o nascimento, você não pega autismo ou fica autista.