Trabalhando com o coração

Olá amigos!
Abaixo estamos compartilhando uma reportagem feita com a ONG Trasnformar em março de 2007.
A Transformar é uma ONG que nasceu do Grhau, e com essa longa parceria  foi possível viabilizar projetos ousados, como foi a escola especial no passado. Dando continuidade à escola, foi criado o projeto das oficinas de artes, que ajudou muitos jovens que não conseguiram ingressar em escolas regulares. Através das artes, como música, dança, artes plásticas, teatro e oficina de produção, eles conseguiram exercer sua cidadania e descobrir seus talentos. Hoje, estes projetos continuam exclusivamente com a Transformar.
Em 31 de março de 2007, o trabalho dessa parceria da Transformar com o Grhau foi reconhecido em uma reportagem do programa Ação da Rede Globo. O texto abaixo é uma transcrição adaptada do vídeo da reportagem:

Trabalhando com o coração 
A fisioterapeuta Valéria Guerreiro e os pacientes durante as terapias

Nós vamos conhecer algumas iniciativas para dar mais qualidade de vida a crianças com algum tipo de deficiência. O primeiro exemplo vem de São Paulo. Há sete anos, uma clínica particular abriu as portas para crianças e jovens com distúrbios neuromotores, que não podem pagar pelo tratamento integral. Assim nasceu a ONG Transformar, que leva ao pé da letra o nome da instituição.

Parece até que estamos numa escolinha, mas esta é a sala da família Bonette, em São Paulo. Suelene ficou grávida pela primeira vez há cinco anos e vieram logo quatro bebês.

“A maior dos meus filhos foi a Sofia com um quilo, em seguida foi o Tiago com 680 gramas, depois a Vitória, 865 e finalmente o Tomás que nasceu com 630 gramas”, diz Suelene Bonette, funcionária pública.

Quatro dias depois do nascimento, Tomás teve um derrame e três paradas cardíacas. O resultado: paralisia cerebral.  “Eu encarei com naturalidade, mas eu sabia que ia ser uma batalha como está sendo”, conta a mãe.

Tomás já superou algumas dificuldades. Consegue comer e beber sozinho. Desde o ano passado, Tomás está em uma escola especial. Ele é um dos 30 bolsistas que frequentam a ONG Transformar – Associação para o Desenvolvimento do Portador de Deficiência.

“Nós profissionais, junto com um grupo de pais, resolvemos criar a transformar, que era uma forma de viabilizar projetos mais ousados e mesmo dar assistência àquelas pessoas que não têm condições de arcar com tratamento tão caro como é a reabilitação hoje no Brasil”, diz Janice Ortiz, presidente da ONG Transformar.

O alto astral da equipe estimula o movimento dos alunos.

“A gente vai vendo em cada criança qual a necessidade principal dela e qual a dificuldade que ela tem. Então a gente dá recursos para que ela possa utilizar o que ela tem de melhor para poder interagir com os outros”, explica Valéria Guerrero, fisioterapeuta da clínica.

A turminha de Tomás está sendo preparada para ingressar na escola regular. As aulas integram reabilitação e educação, em lições básicas. “A gente começa com um trabalho que a gente chama de atividade de vida diária, como lavar a mão, pegar copo, tomar no copo, comer de colher”, conta a educadora Danielle Miyashiro.

“A gente percebeu um estopim do Lucas, foi muito legal. Logo nos primeiros meses a gente começou a notar que ele está muito mais participativo em casa, ele era superausente, era superout mesmo”, diz Aniele Cires, mãe de Lucas.

O carinho também é fundamental para a evolução das crianças. “Aqui é a segunda família do Lucas. São todos os profissionais, os amiguinhos da sala, tudo é família. Faz parte da família”, completa Aniele.

“Um dos pontos principais para todo mundo que chega a nossa escola é fazer “com” e não fazer “por”. Na verdade, a gente tem que dar oportunidade para que eles se descubram e descubram os talentos internos e como eles são potentes. Só assim eles vão acreditar em si mesmos e só assim eles vão aprender”, explica Maria Lúcia Dotta, coordenadora do projeto educacional.

Os alunos mais velhos participam do projeto Entre Nessa. Oficinas culturais como a de música mantêm os jovens envolvidos no grupo. Marcella Martinez, professora de música voluntária fala sobre o benefício das oficinas: “Eu acho que a música traz o bem para todo mundo. Eu não vejo diferença se você gosta e tem mais facilidade, mais dificuldade, eu acho que traz a mesma coisa para todo mundo”.

oficinas de arte do projeto Entre Nessa

É através do corpo que a gente se descobre e descobre os talentos. É por isso que a gente tem como objetivo trazer as várias modalidades das artes integradas para que eles pudessem se descobrir”, diz Maria Lúcia Dotta, coordenadora do projeto educacional. Um exemplo é o de Alessandra, que tem 31 anos e durante as oficinas, tomou gosto pelo teatro

alunos pintando o muro da escola

Muro da escola pintado pelos alunos e familiares

No projeto Teclar, acessórios adaptados tornam possível o contato dos alunos com o mundo dos computadores. Tomás adora colorir os desenhos virtuais. O desenvolvimento de Tomás é observado dentro de casa, inclusive pelos irmãos.

“Na hora das brincadeiras, na hora que tem que disputar alguma coisa, eles esquecem que o Tomás é especial e, às vezes, até eu esqueço que o Tomás é especial porque tem hora que eu trato ele normal, por isso que eu acho que ele está bem”, finaliza Suelene. 

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